Lembrei-me disso hoje porque, ao entrar em uma importadora, atraída por uns produtos italianos em promoção, vi um vidro de molho inglês. Lembrei que, entre aqueles livros, havia um grosso volume de culinária - cujo nome já não me lembro - mas lembro de uma das receitas: “Sinfonia Bananesca em Dó Maior” [se alguém sabe o nome do livro, por favor, envie-me um e-mail). Era uma espécie de merengue com bananas. Mas, outra receita que também me deixava fascinada era a receita do molho inglês. (Não adianta chegar na Inglaterra e perguntar onde encontrar molho inglês – assim como não adianta procurar "pão italiano" na Itália – pelo menos esse que nós conhecemos aqui não existe lá.) Mas o molho inglês, na verdade, não existe é no Brasil. Aqui temos um arremedo de molho inglês. O verdadeiro molho inglês se chama “Worcestershire Sauce”. E aquele velho livro de receitas trazia a receita certinha de como fazer. Que é exatamente como é feito na Inglaterra: entra anchova em sua composição. Na Europa, de modo geral, muitos cozidos de carne tem o seu sabor realçado com anchovas. Aliás, esse negócio de colocar peixe e frutos do mar em receitas de carne é um costume também em Portugal. Lá se come bacalhau envolto em presunto cru, camarão com frango e carne de porco com marisco (a famosa carne de porco alentejana).
Mas, voltando ao molho inglês que acabei comprando, sua composição é muito pobre. Aquele antigo livro listava uns 30 ingredientes – de pasta de tamarindo a anchovas e tudo, é claro, apurado um um tacho de cobre (será que faz diferença?).
Da próxima vez que vier de Londres, certamente vou trazer o verdadeiro "Worcestershire Sauce"!